O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), surprendeu ao
anunciar que seu partido não apoiará a Medida Provisória 665/14, que faz
mudanças no seguro desemprego e no abono salarial. A MP 665/14 é a primeira de
um conjunto de medidas que o Executivo encaminho ao Congresso para promover o
ajuste fiscal pedido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O PMDB já havia
concordado não apenas em votar o texto como deu seu apoio à MP 665/14. A fala
do ex-presidente Lula na propaganda do PT veiculada na noite desta terça-feira
motivou a reação do PMDB. “Não votaremos a MP 665, não mais. Até que o PT nos
explique o que quer, se for o caso feche questão para votação das matérias do
ajuste fiscal. Se não for assim, não conte conosco. Se há dúvidas e se o país
não precisa desse remédio amargo, não vamos empurrar essa conta no trabalhador.
Vamos defender e garantir as conquistas dos trabalhadores”, disse Picciani no
Plenário da Casa. A fala de Picciani foi uma resposta ao discurso do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na propaganda do PT exibida na
noite desta terça-feira, criticou a aprovação do Projeto de Lei 4330, que prevê
a terceirização da mão de obra pelas empresas, inclusive na chamada atividade
fim. Acredita-se que após a aprovação desse projeto, muitas empresas deixem de
contratar seus funcionários pelo regime da Consolidação das Lei de Trabalho e
passem a fazer contratos via Pessoa Jurídica. O PMDB foi a locomotiva para
aprovação dessa proposta na Câmara.
(Último Segundo)