13 março 2015

'Pais não educam', diz professor que sobreviveu a cinco tiros de aluno insatisfeito com nota

"Não consigo entender como, por um motivo tão fútil, ele tentou tirar minha vida", disse à BBC Brasil. Christian, que também é biomédico, lecionava em uma escola da rede estadual na grande Aracaju, em Sergipe. Uma semana após o incidente, o aluno se entregou à polícia e confessou o crime. Ele foi condenado e deve cumprir pena máxima de três anos em uma unidade de correção de menores. O professor está paraplégico e recebe tratamento para superar o trauma físico e psicológico. Apesar de ter sido vítima de agressão pela primeira vez – em dez anos como professor da rede estadual de ensino –, Christian diz que ameaças verbais a professores são comuns e afirma que a falta de participação dos pais contribui para violência nas escolas. "Muitos pais dizem que trabalham o dia todo e deixam a responsabilidade de educar pra a gente. Mas, se os pais não educaram, não vou conseguir educar em um semestre", disse. "Um exemplo típico é um pai ou mãe não orientar seus filhos a estudar para as provas e fazer suas tarefas de casa. Quando chegam à escola, eles são cobrados e não aceitam essa cobrança porque, em casa, onde deveria ser educado, ele não cumpre suas obrigações." A violência contra os professores foi tema de uma série de reportagens da BBC Brasil em preparação para as eleições de 2014. O caso do professor foi destacado por leitores em nossas páginas de redes sociais como um símbolo do problema. O tema ficou ausente dos debates entre candidatos aos governos estaduais e à Presidência, mas casos como o de Christian continuaram surgindo no noticiário. Na semana passada, a diretora de uma escola pública em Belo Horizonte foi agredida por um aluno de 16 anos com uma barra de ferro.
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