Problema recorrente, a proliferação de algas volta a aparecer no Rio Tietê, em trechos da região de Bauru. Ontem, a reportagem do Jornal da Cidade flagrou diversos pontos esverdeados na água, sobre a ponte da rodovia João Baptista Cabral Rennó (SP-225), entre os municípios de Pederneiras e Jaú. A situação acende um alerta e pode oferecer riscos à população, uma vez que algumas espécies de cianobactérias (um dos tipos de alga) são potencialmente produtoras de toxina e, caso esteja ocorrendo a morte desses organismos, pode ocasionar a liberação de cianotoxina na água, com prejuízo à saúde humana. O acúmulo de algas, contudo, é comum nesta época do ano, quando ocorre maior incidência de raios solares sobre a superfície do rio, o que aumenta significativamente a temperatura da água e, consequentemente, a quantidade de plantas. O presidente da ONG Mãe Natureza, Hélio Palmesan, explica também que as cianobactérias se proliferam vertiginosamente em razão da alta concentração de matéria orgânica no rio. Segundo ele, isso passou a ocorrer depois das primeiras chuvas que atingiram São Paulo no início de 2015, após longo período de estiagem. “Cerca de 600 toneladas de esgoto são depositadas diariamente no Tietê da Capital. A chuva vem lavando a calha do rio e traz esse material orgânico para outras extensões, como o trecho na nossa região, deixando-o saturado”, disse. A solução do impasse, na análise do ambientalista, depende de avanço significativo na questão de tratamento de esgoto. “Milhares de residências, em cerca de 70 municípios banhados pelo Tietê, ainda têm a água pluvial ligada à rede de esgoto. Enquanto não tivermos um saneamento total e eficaz, enfrentaremos esse problema outras vezes”, criticou. Excesso de chuvas, contudo, contribuiria para amenizar a proliferação de algas no rio. “O Tietê vive das grandes enchentes. Precisa ter umas três, quatro por ano para renovar a água de período em período. No ano passado, não tivemos muitas”, observou Palmesan.
(JCnet)