Segunda-feira (1º) é o Dia Mundial de Luta Contra a
Aids, uma doença que infelizmente ainda precisa ser lembrada. O doutor Dráuzio
Varella explica porque a Aids voltou a assustar e preocupar: “Houve um aumento
absurdo dos casos de HIV entre os jovens nos últimos anos. Neste sentido, o
Brasil vai na contramão do que acontece em outras partes do mundo”, afirma. O aumento é de mais de 50% em seis anos. “O principal
motivo é o comportamento sexual dos jovens. Acham que hoje ninguém mais morre
de Aids, que se pegar o vírus é só tomar remédio e está tudo bem. Está tudo
bem, não. É uma doença grave. Vai ter que tomar remédio a vida inteira. A Aids
é uma doença grave, que causa sofrimento e não tem cura”, alerta. “Entre os
jovens de 15 a 24 ela vem crescendo, principalmente entre os jovens do sexo
masculino. É um crescimento importante. Em uma década cresceu praticamente
68%”, diz Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da
Saúde. Desde 2006, os casos de
Aids nos jovens entre 15 e 24 anos aumentaram mais de 50%, o que quer dizer
mais jovens soropositivos. No resto do mundo, o número de novos casos de HIV
entre os jovens caiu 32% em uma década. Por que estamos indo na contramão?
Na população geral, quatro em cada mil
pessoas são portadoras do HIV. Mas entre os jovens gays, esse número é 20 vezes
maior: 100 em cada 1.000. Hoje, 150 mil pessoas no Brasil não sabem que têm a
doença. Ainda não existe cura para quem tem HIV, mas a esperança pode estar em
quem não tem o vírus. Um único comprimido, que, tomado rigorosamente todos os
dias, previne a contaminação em até 92%. A profilaxia pré-exposição, ou PREP,
já é uma realidade nos Estados Unidos. Uma revolução na prevenção da Aids.
(globo.com)