Jorge Mautner diz que admira Gil porque tudo que Gil faz na vida é com rigor. Gil balança a cabeça desmentindo. “Eu mesmo me atribuo um déficit enorme de rigor na vida”, rebate. Bom, Gil pode não ter sido rigoroso em alguns momentos na vida, mas sua memória não parece falhar. Em depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som do Rio, quinta-feira (7), ele falou durante cinco horas e meia de sua vida, desde a infância em Ituaçu, passando pelos quatro casamentos, os oito filhos, a entrada na política, o Ministério da Cultura e até a ginástica diária, a ioga e a novela das nove.
O depoimento de Gilberto Gil foi um happening, um evento cultural na sede do MIS. O formato é memorialístico, com alguns entrevistadores para não permitir lacunas históricas. No caso de Gil, foram convocados Mautner, Carlos Rennó, Hermano Vianna e Marcelo Fróes. “A dimensão memorialística é um tormento para mim”, considerou Gil – mas o sabor e a delícia narrativa de suas histórias os desmentiam.
(Estadão)
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