01 dezembro 2014

Após mil anos, Papa Francisco quer unir católicos e ortodoxos

Ao lado do patriarca dos ortodoxos, Bartolomeu I, o papa Francisco pediu neste domingo (30) o "restabelecimento da plena comunhão" entre católicos e ortodoxos - que estão separados há mais de mil anos. Segundo Jorge Bergoglio, essa união "não significa submissão de um ao outro, nem absorção, mas o acolhimento de todos os dons que Deus deu a cada um para manifestar ao mundo inteiro o grande mistério da salvação". "Quero assegurar a todos vocês, para atingir a meta de plena unidade, a Igreja Católica não pretende impor nenhuma exigência além daquela da profissão de uma fé comum", afirmou o Pontífice durante a "divina liturgia" da festa de Santa Andreia em Istambul, onde encerra hoje sua visita à Turquia. Ele ressaltou que "estamos prontos para buscar juntos, à luz dos ensinamentos das Escrituras e da experiência do primeiro milênio, a modalidade com a qual haverá a necessária união entre as igrejas nas circunstâncias atuais". De acordo com o sucessor de Bento XVI, "a única coisa que a Igreja Católica deseja e eu busco como Bispo de Roma, é a comunhão com as Igrejas Ortodoxas". As duas igrejas se separaram em 1054, quando os católicos quiseram impor a submissão ao Papa para os ortodoxos. Atualmente, a sede da Igreja Ortodoxa é em Istambul e seu líder é o patriarca Bartolomeu I. São cerca de 300 milhões de ortodoxos no mundo contra mais de um bilhão de católicos. Ainda na celebração deste domingo, Bergoglio afirmou que há "muitas mulheres e há muitos homens que sofrem" pela falta de comida, de emprego e pela alta exclusão social. Por isso, "como cristãos, somos chamados a lutar juntos nessa globalização da indiferença que hoje parece ter a supremacia" e que essa união "deve criar uma sociedade no amor e na solidariedade.
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