O Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil no
Rio de Janeiro (OAB-RJ) decidiu por unanimidade pedir o afastamento do juiz
João Carlos de Souza Correa, que deu voz de prisão para Luciana Tamburini.
Ela foi a agente de trânsito que barrou Correa em uma blitz da Lei Seca em
2011. No flagra, Tamburini disse: “Você é juiz e não Deus”. No momento
da abordagem, o magistrado estava sem carteira de habilitação e sem os
documentos do veículo, que também não tinha placa. Na sexta-feira, o
presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz, vai encaminhar o pedido ao Conselho
Nacional de Justiça e à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Tamburini é agente licenciada do Detran-RJ (Departamento Estadual de Trânsito
do Rio de Janeiro) e o magistrado chegou a dar voz de prisão a ela na ocasião
da blitz, por desacato. Então a agente moveu um processo contra o magistrado.
Ela exigia indenização do juiz, alegando que ele tentou receber tratamento
diferenciado por causa da função do cargo. Em primeira instância, no entanto, a
Justiça entendeu que a policial perdeu a razão ao ironizar uma autoridade
pública e reverteu a ação, condenando Tamburini a pagar indenização. A
decisão foi revista pelo Conselho Nacional de Justiça e, agora, a OAB pediu o
afastamento.
(Band)