O PSDB
paulista prepara para esta sexta-feira (14), na capital, um ato político em que
o presidenciável e senador mineiro Aécio Neves se dirigirá aos seus correligionários para agradecer a
expressiva votação obtida na eleição presidencial no Estado, onde teve 64% dos
votos válidos no segundo turno. O ato também é uma oportunidade de o mineiro
fortalecer sua imagem em um reduto que, até as eleições deste ano, não lhe era
caro. Ou seja: ao mesmo tempo em que afagará os paulistas, deixará claro que é
o dono da oposição e do projeto para chegar à Presidência em 2018. A ameaça a esse
projeto tem nome e sobrenome: Geraldo Alckmin. O governador paulista, reeleito
no primeiro turno em 2014 (mantendo uma hegemonia que em 2018 chegará a 24 anos
de poder), será a aposta dos paulistas para finalmente destronar o PT do
Palácio do Planalto. Abertamente, Alckmin não cogita a possibilidade, mas
articulações de bastidores dão indícios de que mineiros e paulistas podem
apoiar nomes diferentes. Um exemplo: o deputado estadual Pedro Tobias, aliado
de Alckmin, postulará seu retorno à presidência estadual do PSDB em São Paulo.
A eleição será em maio do ano que vem. A escolha no diretório tucano tem ampla
influência do governador, que praticamente aponta o ocupante do cargo em revezamento
entre os representantes da bancada federal e estadual. Hoje, o presidente é o
deputado federal Duarte Nogueira, que substituiu o próprio Tobias em maio de
2013. Com Tobias à frente do diretório, Aécio Neves não teria sua candidatura
ao Planalto assegurada em São Paulo. Alckmin, por sua vez, tem emitido sinais
de que quer se desvincular do discurso radical antigoverno adotado recentemente
pelo PSDB e por suas lideranças mais proeminentes. Na última quarta-feira (12),
por exemplo, durante a assinatura de contratos para a construção de rodovias -
serão financiadas por bancos estrangeiros - em Nova York (EUA), Alckmin
condenou o discurso pessimista sobre o Brasil.
(IG)