Disposta a
polarizar com a presidente Dilma Rousseff (PT) o debate desta terça-feira (26)
na TV Band, a candidata do PSB à presidência, Marina Silva, acabou pressionada
por adversários a provar que de fato representa a opção ao PT e ao PSDB nas
eleições deste ano. Vestindo um xale bege e usando óculos vermelhos, uma Marina
com um semblante cansado iniciou sua participação no debate lembrando da morte
do ex-governador de Pernambuco e antigo cabeça de chapa Eduardo Campos (PSB).
Sua aparência e postura curvada geraram comentários imediatos nos corredores da
TV. “Ela precisa ser avisada”, diziam. Já sem os óculos e com a postura ereta,
Marina inaugurou o segundo bloco do debate com direito a fazer uma pergunta ao
candidato de sua escolha. Ela aproveitou para se dirigir à presidente Dilma, afirmando
que, além de não reconhecer os problemas do País, a petista mostrava uma Brasil
“colorido, quase cinematográfico”. “A reforma política se resumiu à troca de
ministros.” Mas quando chegou a vez dos adversários se dirigirem a ela, Marina
foi contestada sobre sua real diferença entre petistas e tucanos. Primeiro,
Aécio insinuou que sua promessa de “nova política” não passava de discurso ao
rejeitar subir no palanque de Geraldo Alckmin (PSDB) e ao mesmo tempo elogiar o
também tucano José Serra. Marina se defendeu usando pela primeira vez a
estratégia de criticar a polarização de PT e PSDB, mesmo prometendo governar
com “os melhores políticos” dos dois partidos hoje “no banco de reserva”. “Me
sinto coerente com a renovação da política.” A representante do PSB também
precisou responder a Levy Fidelix (PRTB) sobre sua relação com a herdeira do
banco Itaú, Neca Setubal, e sua rixa com o agronegócio. “Nova política
governando com banqueiros?”, questionou. Quando Luciana Genro (PSOL) teve a
chance de perguntar, não poupou a ex-ministra do Meio Ambiente. Na primeira
vez, afirmou que a política econômica defendida por ela era idêntica à do PSDB.
Na segunda, voltou ao assunto para dizer que, “na essência”, ela defende a
mesma política de petistas e tucanos. “A que permite bancos lucrando enquanto a
maioria da população está endividada.”
(Último Segundo)