26 março 2013

REVENDO A HISTÓRIA: A verdade tem face III


O contrato da prefeitura administrada pelo PV com o IDECON tinha sido assinado em abril de 1993. O prefeito de então promoveu uma solenidade para recepcionar o pessoal desse “instituto” e celebrar o pacto. Presentes autoridades municipais ligadas visceralmente à administração municipal, representantes dos mutuários do Núcleo Habitacional Antonio Facciolo, e o dono do negócio advocatício, uma figura sinistra de nome Emídio Ferrão.

Dizia-se tratar-se o IDECON de uma sociedade civil sem fins lucrativos, que iria promover judicialmente a defesa dos mutuários daquele núcleo habitacional junto à Caixa Econômica Federal (CEF).

Os mutuários entregaram a esse IDECON valores em dinheiro para depósitos judiciais das prestações a vencer (consignação em pagamento), até que a justiça decidisse se havia ou não valor abusivo. Entretanto, a CEF já havia respondido à câmara municipal, provocada por um requerimento de minha autoria, que os índices de reajuste eram aplicados de acordo com a divisão em grupos de função e suas datas-bases.

A prefeitura efetuou duas parcelas antecipadas do pagamento previsto com o IDECON. Uma parte na assinatura do contrato e outra 60 dias depois. Por sua vez o tal “instituto”, que se obrigou a montar posto fixo no município e oferecer aos mutuários todas as condições de atendimento, nada fez. Ao contrário, os mutuários continuavam a receber cobranças da CEF. E foi aí que começaram a se sentir lesados pelo IDECON. E por isso fui procurado.

Depois de ter ouvido atentamente a história de muita gente que se sentia ludibriada, decidi coletar assinaturas de outros vereadores para a constituição de uma comissão especial de inquérito (CEI), para investigar os fatos no âmbito do legislativo e, se fosse o caso, encaminhar ao Ministério Público eventuais indícios de responsabilidade. Comigo, assinaram o requerimento da CEI os vereadores Zinho, Maria Elena, Cícero Tavares Nunes e João Vermelho.

A comissão foi constituída com prazo de 30 dias para que chegasse a uma conclusão sobre o caso, tendo autonomia para solicitar documentos, ouvir as partes e inquirir testemunhas. E foi a partir daí que a lama começou a descer ladeira abaixo. Amanhã (27), encerro esta história.

Reginaldo Monteiro
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