Em meio à falta de consenso envolvendo o valor dos repasses à Santa Casa para a manutenção do atendimento nos prontos-socorros adulto e infantil, a prefeitura de Jaú decidiu investir na abertura de um pronto-socorro próprio, que deverá estar funcionando até o final do primeiro semestre. No final de semana, a transferência do pronto-socorro infantil para o prédio onde funciona pronto-socorro adulto deixou alguns usuários insatisfeitos. As críticas chegaram a recair sobre a administração.
Ontem, o prefeito Rafael Agostini (PT) postou na página de rede social declaração onde ressalta que o município transfere mensalmente à Santa Casa R$ 640 mil para garantir a oferta do serviço de urgência e emergência. “Se o atendimento não está funcionando adequadamente, as cobranças devem ser endereçadas ao senhor Alcides Bernardi Júnior, provedor do hospital, a quem cabem as responsabilidades de gerenciar os médicos, o RH, o orçamento e estrutura física, inclusive no infantil”, declarou.
“A Prefeitura vai abrir o seu Pronto-Socorro justamente para superar esse modelo que não está dando certo. Não se atende a cidade inteira em um só lugar e não posso dar continuidade a uma política de Saúde que não vai bem”. Agostini chegou a publicar na página o celular do provedor para eventuais reclamações. Por meio da assessoria de imprensa, a reportagem tentou conversar com o secretário de Saúde de Jaú, Gilson Scatimburgo, para saber detalhes sobre o novo pronto-socorro, mas ele informou que só poderia conceder entrevista hoje.
O convênio entre a prefeitura e a Santa Casa para a manutenção dos prontos-socorros adulto e infantil venceu no dia 31 de dezembro. Porém, liminar concedida pela Justiça em ação civil ajuizada pelo Ministério Público (MP) obrigou o município a manter repasse mensal de R$ 640 mil.
Para que o contrato fosse renovado, o hospital pedia R$ 850 mil. Como não houve consenso, em janeiro, após reunião com a prefeitura, a Santa Casa informou que teria de se adequar e realizar cortes no número de consultas, priorizando serviços de real urgência e emergência.
Segundo o provedor do hospital, Alcides Bernardi Junior, a transferência do PS Infantil para o prédio onde funciona o PS adulto faz parte dessa readequação para a redução de custos. Ele garante que o atendimento está sendo feito normalmente e que não houve prejuízos para os pacientes.
“Até 30 de junho, eles (prefeitura) devem estar com o pronto-socorro municipal funcionando. E, a partir do dia 1º de julho, a Santa Casa vai ser porta referenciada, ou seja, só vem paciente encaminhado, como é o Hospital Estadual de Bauru”, diz. Na opinião dele, a decisão da prefeitura de gerenciar PS próprio foi acertada. “Não sei se para a população vai ser melhor”, declara. “Mas eu acho que a rede básica funcionando bem, o que acredito que vai ocorrer, eles estão trabalhando para isso, nossos casos vão ser de urgência e emergência só”.
(JCnet)
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