Éder Azevedo |
Padilha: casos extremos do vício requerem internação |
Considerado epidemia nacional, o crack demanda enfrentamento multissetorial, que passa pela Saúde, Assistência Social, Educação e Segurança Pública. Em relação aos dependentes químicos da substância e de outras drogas, há polêmica em torno da internação compulsória, aquela que não parte da vontade da vítima da doença. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, porém, declarou ser favorável à medida nas situações em que há risco de morte do paciente ou caso ele coloque em perigo a vida de outras pessoas. A entrevista foi concedida ontem por telefone, com exclusividade, ao JC.
O ministro explica que a legislação nacional já contempla este tipo de situação, que deve ser avaliada por profissionais de Saúde. O assunto está sendo fortemente discutido na cidade do Rio de Janeiro. “Nós estamos trabalhando com a prefeitura para definir um protocolo de atendimentos neste sentido, com base no que está previsto pela lei”, pontua ele, que ressalta que essas políticas podem ser disseminadas por todo o País.
De acordo Padilha, alguns dos procedimentos necessários para viabilizar a internação compulsório de dependentes químicos são o aviso à família, ao Ministério Público (MP) e, sobretudo, uma rede de cuidados adequados a essas pessoas. Este, aliás, é considerado pelo ministro como a prioridade da rede de Saúde pública: a reorganização do sistema de atenção a vítimas das drogas.
Alexandre afirma que R$ 500 milhões foram disponibilizados aos municípios de São Paulo pelo Ministério da Saúde. As cidades, por sua vez, precisam apresentar projetos que possam ser contemplados por esses recursos. “Nós temos divulgado isso intensamente”, ressalta.
Diante do tamanho do problema, o dinheiro, porém, parece não ser suficiente, principalmente se confrontado com as necessidades da rede. “Precisamos de leitos, de centros de atenção psicossocial, unidades de acolhimento e consultórios nas ruas, adequados para receber essas pessoas
0 comments:
Postar um comentário