O desafio é planejar o que não
fazer”. Esta foi a figura retórica utilizada pelo diretor de Planejamento da
Secretaria de Saúde, Pedro Pereira, durante a audiência pública que discutiu,
nessa sexta-feira (26), a elaboração do Orçamento da Prefeitura de Bauru para
2017. Na prática, a frase explicita que, por falta de recursos, a mais sensível
das áreas de atuação do poder público municipal diminuirá a oferta de serviços
para o ano que vem. A pasta chegou a exibir nota técnica informando a
necessidade de revisão das programações para o próximo exercício, o primeiro
que estará sob a responsabilidade do sucessor ou sucessora de Rodrigo Agostinho
à frente do Palácio das Cerejeiras. Pedro Pereira afirma que, pela primeira
vez, ao menos na atual administração, o volume de verbas projetado para o ano
seguinte é nominalmente menor que o montante a ser executado até o fim do atual.
Segundo o gestor, a expectativa de receita para 2017 é de R$ 213,8 milhões.
Para 2016, o orçamento foi inicialmente projetado em R$ 209 milhões, mas
recebeu incrementos e, hoje, está estimado em R$ 216,5 milhões. Ainda assim, a
Secretaria de Saúde calcula a necessidade de gastar, até dezembro, R$ 239
milhões. O diretor de Planejamento, porém, reconhece que as receitas da pasta
não devem alcançar essa marca. A equipe econômica do governo atesta que o
pagamento de salários e de entidades conveniadas está garantido até o fim do
ano. Por outro lado, Pedro admite a possibilidade de contenção com medicamentos
já para este exercício. “O preço subiu demais”, afirma.
(JCnet)