O Jornal Nacional teve uma entrevista exclusiva com uma advogada que
recentemente se tornou uma das principais personagens da Operação Lava Jato,
que investiga a corrupção na Petrobras. Beatriz Catta Preta explicou por que resolveu
abandonar, de uma hora pra outra, todos os casos que defendia. Sem citar nomes,
ela disse que se sentiu ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras e que
decidiu encerrar a carreira de advogada por zelar pela segurança da família. De
volta a São Paulo, depois de 34 dias com a família nos Estados Unidos, Beatriz
Catta Preta diz que não precisa se esconder de ninguém. Catta Preta é advogada
criminal há 18 anos, e é considerada uma das maiores especialistas do país em
delação premiada - quando os acusados de crimes passam a colaborar com a
investigação. Discreta, não costuma dar declarações públicas. Foi contratada
por nove investigados na Operação Lava Jato. Todos deram detalhes do esquema de
corrupção na Petrobras. O primeiro foi o ex-diretor Paulo Roberto Costa, e cinco parentes dele. Além de
Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, ex-executivo da Toyo Setal, Júlio Camargo,
ex-consultor também da Toyo Setal, e o ex -gerente da Petrobras Pedro Barusco. Mas
recentemente ela desistiu do caso e deixou de advogar para os clientes da Lava
Jato. No fim da tarde desta quinta-feira (30), o presidente do Supremo Tribunal
Federal, Ricardo Lewandowski, autorizou a advogada Beatriz Catta
Preta a não falar na CPI da Petrobras sobre questões que envolvam sigilo
profissional, como o recebimento de honorários. Segundo Lewandowski, a
tentativa de investigar a origem dos honorários é ilegal. Na decisão, o
presidente do Supremo criticou a convocação da advogada e declarou que não se
pode transformar defensores em investigados, subvertendo a ordem jurídica.
(globo.com)