O MPF-BA (Ministério Público Federal na Bahia) informou que vai instaurar inquérito civil
para apurar denúncias de intolerância religiosa protocoladas por representantes
de religiões de matriz africana nesta segunda-feira (23). De forma conjunta,
líderes religiosos entregaram o mesmo documento a sedes estaduais do MPF em outras 24 capitais brasileiras,
pedindo uma investigação do grupo Gladiadores do
Altar, da Iurd (Igreja
Universal do Reino de Deus), que teria caráter paramilitar. Na "carta
aberta às autoridades brasileiras" entregue aos MPFs, constam
ainda documentos e vídeos que denunciam casos de intolerância religiosa e
ataques às religiões de matriz africana. Ao receber o grupo, o procurador-chefe
do MPF-BA, Pablo Barreto, afirmou ter determinado que a representação fosse
protocolada imediatamente. "Nossa obrigação constitucional é proteger os
pilares da integridade religiosa", declarou Barreto. Até as 16h da tarde
desta terça-feira (24), segundo a assessoria de comunicação da Procuradoria, o
inquérito ainda não havia sido instaurado. Ainda de acordo com a assessoria do
MPF baiano, caso outras Procuradorias do Brasil resolvam abrir investigar as
denúncias, a representação pode ser unificada. Entre as lideranças das
religiões de matriz que participaram do ato em Salvador nesta segunda, estavam
o coordenador do CEN (Coletivo de Entidades Negras), Luiz Paulo Bastos, o
babalorixá Pecê de Oxumarê, Egboni Nice, do Terreiro da Casa Branca, Makota
Valdina, líder comunitária e religiosa do Terreiro Angola Tanusi Junsara e Mãe
Jaciara Ribeiro, do Ilê Axé Abassá de Ogum. No Rio de Janeiro, cerca de 150 pessoas protestaram
contra a intolerância religiosa em frente à sede do MPF. Durante o ato, o
advogado que entregou a representação ao MPF-RJ justificou a iniciativa,
em entrevista ao jornal "Folha de São Paulo":
(Bol)