Desde
que benefício ficou restrito a deputados e assessores, em 2009, gastos com
bilhetes aéreos ficaram em R$ 177 milhões. Economia, que a Câmara estimou em R$
18 milhões por ano, está sob ameaça com a liberação de verba para cônjuges. Após o
escândalo da “farra das passagens”, revelado pelo Congresso em Foco em 2009, a Câmara gastou R$ 177
milhões com passagens aéreas por meio da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o chamado cotão.
Desde maio de 2009, apenas parlamentares e assessores em trabalho puderam
usufruir da verba pública para voar. Mesmo em 2013, quando a Casa atingiu o
pico de gastos com esse tipo de despesa nos últimos cinco anos, o custo da
Câmara com passagens aéreas nunca passou de R$ 43 milhões ao ano. Um valor 44%
inferior aos R$ 78 milhões anuais até então gastos quando a Casa bancava livremente
voos para esposas, maridos, filhos, amigos dos parlamentares e afins. Oficialmente,
a Câmara afirmou em 2009 que a economia com a limitação do uso das passagens a
parlamentares e assessores seria de R$ 18 milhões ao ano. Isso significa que a
economia da Casa nos últimos cinco anos, somente com a proibição da “farra das
passagens”, pode ter chegado a aproximadamente R$ 90 milhões, sem considerar
qualquer tipo de correção monetária. Uma austeridade que agora está sob ameaça.
Na quarta-feira passada (26), a Mesa Diretora da Câmara liberou a utilização de verba pública para a
compra de passagens para maridos e esposas de parlamentares. O presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o gasto será limitado ao trecho
Brasília – estado de origem da família do parlamentar. Para conceder as
passagens, a Câmara utilizará o mesmo critério que o Ministério das Relações
Exteriores adota para a liberação de passaportes diplomáticos. Será exigida
certidão de casamento ou de união estável reconhecida em cartório, o que, em
tese, também libera o benefício para parlamentares que estejam em uma relação homoafetiva.
(Uol)