Um relacionamento
aberto é, para muitos, uma filosofia de vida, um sinônimo de amor, ou melhor,
sexo livre. O casal assume um relacionamento-padrão - modelo punheta - mas não
dispensa a possibilidade de fazer sexo com outras pessoas. Não é putaria. É
sintonia e está na moda. É uma alternativa que - teoricamente - rompe com o
tédio imposto pela monogamia.
De acordo com alguns gurus - aqui começa a palhaçada -, antes de
abrir um relacionamento, é preciso que o casal esteja preparado
espiritualmente. Ou seja, para sustentar a fantasia, o casal precisa estar em
sintonia. "Somente os mais evoluídos são capazes de romper valores
ultrapassados e viver sem conflitos um relacionamento "aberto"”,
dizem os mestres.
Sendo assim, pense duas vezes antes de convidar sua vizinha
gostosa para um ménage à trois. Ela pode não ser tão descolada quanto você e
sentir-se ofendida. Prefira prostitutas. Elas sim trabalham com a carcaça e
deixam seus espíritos evoluídos em casa.
Durante muitos anos sustentamos com muito esforço e por baixo
dos panos toda essa farsa. Ainda estamos muito apegados a tal modelo de
relacionamento. Difícil encontrar alguém que realmente acredite e sinta que
ninguém é de ninguém e que todo mundo pode ser de todo mundo.
A verdade é que a
maioria dos relacionamentos já é aberto. Todo mundo sonha em cobiçar ou cobiça
de fato a mulher ou o marido do próximo. O fato é que estamos muito acostumados
ao proibido, ao fazer escondido.
Mentiras sinceras nos interessam.
(Silvia Pilz é jornalista e cronista)