27 novembro 2014

SILVIA PILZ: A moralidade é afrodisíaca

Um relacionamento aberto é, para muitos, uma filosofia de vida, um sinônimo de amor, ou melhor, sexo livre. O casal assume um relacionamento-padrão - modelo punheta - mas não dispensa a possibilidade de fazer sexo com outras pessoas. Não é putaria. É sintonia e está na moda. É uma alternativa que - teoricamente - rompe com o tédio imposto pela monogamia.

De acordo com alguns gurus - aqui começa a palhaçada -, antes de abrir um relacionamento, é preciso que o casal esteja preparado espiritualmente. Ou seja, para sustentar a fantasia, o casal precisa estar em sintonia. "Somente os mais evoluídos são capazes de romper valores ultrapassados e viver sem conflitos um relacionamento "aberto"”, dizem os mestres.

Sendo assim, pense duas vezes antes de convidar sua vizinha gostosa para um ménage à trois. Ela pode não ser tão descolada quanto você e sentir-se ofendida. Prefira prostitutas. Elas sim trabalham com a carcaça e deixam seus espíritos evoluídos em casa.

Durante muitos anos sustentamos com muito esforço e por baixo dos panos toda essa farsa. Ainda estamos muito apegados a tal modelo de relacionamento. Difícil encontrar alguém que realmente acredite e sinta que ninguém é de ninguém e que todo mundo pode ser de todo mundo.

A verdade é que a maioria dos relacionamentos já é aberto. Todo mundo sonha em cobiçar ou cobiça de fato a mulher ou o marido do próximo. O fato é que estamos muito acostumados ao proibido, ao fazer escondido.

Mentiras sinceras nos interessam.
(Silvia Pilz é jornalista e cronista)
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