A entrevista de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, ao
jornalista Severino Mota (leia aqui), tem um trecho importantíssimo. Segundo
ele, houve uma tentativa indevida de interferência na sucessão presidencial
deste ano, por parte do advogado Antonio Figueiredo Basto, que defende o
doleiro Alberto Youssef e foi indicado pelo governador tucano Beto Richa para o
conselho da Sanepar, a empresa paranaense de saneamento. "Estava visível que queriam interferir no processo eleitoral",
disse Janot. "O advogado do Alberto Youssef operava para o PSDB do Paraná,
foi indicado pelo Beto Richa para a coisa de saneamento, tinha vinculação com
partido." O resultado dessa vinculação foi a profusão de vazamentos
seletivos, que visavam atingir a campanha presidencial de Dilma Rousseff.
"O advogado começou a vazar coisa seletivamente. Eu alertei que isso
deveria parar, porque a cláusula contratual diz que nem o Youssef nem o
advogado podem falar", disse Janot. "Se isso seguisse, eu não teria
compromisso de homologar a delação."
(brasil247)