A mais politicamente correta definição de “cargos de confiança” é
aquela que diz que é a maneira pela qual chefes do executivo e legisladores em
vários de órgãos governamentais, se utilizam para suprir a gestão pública de
especialistas para aperfeiçoar uma administração. São indicações feitas por
detentores de mandatos eletivos que, com o passar dos anos, denota-se ser cada
vez mais com critérios pessoais e mais subjetivos ainda.
O que era para ser um aprimoramento do serviço público, a cada
eleição o que vem determinando as indicações são os vários interesses que
envolvem a política e seus agentes. Apesar de ser uma prerrogativa legal, de
livre escolha, é um assunto por demais polêmico, pois unir notórias
competências (ou incompetência) e manter o equilíbrio da estrutura pública e
democrática do funcionalismo não é fácil.
São interesses pessoais e partidários de grupos que detém o poder e
que acabam inchando o quadro do funcionalismo com indicações que na teoria
seriam para fazer a diferença, mas que, salvo as exceções, na prática não tem
se mostrado eficaz.
São contratações de caráter provisório que, em muitos casos,
comprometem negativamente a administração das cidades. Enquanto durar o mandato
daquele que o indicou, é a forma de garantir apoios em futuros pleitos e
permanência do grupo no poder.
Tudo isso é fruto do nosso sistema eleitoral e da rede de
apoiadores de campanha que se forma em torno desse ou daquele político que, ao
se eleger, os recompensam com vagas na máquina administrativa, independente da
competência ou não.
Existem outros obscuros e intrincados aspectos que envolvem essa
tão criticada e questionável faceta da gestão pública que, em Pederneiras,
necessita de mais transparência.
Para boa parte dos funcionários concursados e efetivos da
prefeitura local, indicações apenas com critérios políticos e, na
maioria das vezes, sem mérito, é uma afronta ao servidor público de carreira.
Em conversas com servidores, percebe-se que é grande o descontentamento por
parte desses trabalhadores.
Não podemos desconhecer o fato. Para desempenhar as essenciais funções com
competência é preciso saber articular capacidade administrativa e política. Mas
simplesmente, como vem ocorrendo, na boca do povo é tão somente cabides
pendurados no cabideiro municipal.