06 setembro 2011

Dia do sexo: ‘nova onda’ de fetiche e satisfação da libido

Parceiros buscam formas de “apimentar” o relacionamento. A procura por acessórios aumenta a cada ano.

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Beijo de casal durante distúrbio em Vancouver
Mais de 50 anos após a chamada “revolução sexual”, as relações afetivas e o sexo ainda motivam discussões numa sociedade vista pelos estudiosos como conservadora. Hoje, data em que se comemora o “dia do sexo” devido à iniciativa publicitária de um fabricante de preservativos, estudos apontam que a necessidade de satisfazer a libido cria um perfil próprio em uma sociedade entregue à informação rápida e fácil, mas que ainda esbarra em alguns tabus.

A “nova onda” para “apimentar” o relacionamento é explorar os fetiches próprios e do parceiro. Nesse sentido, cada dia mais o mercado de produtos e serviços ligados ao sexo ganha força.

Coordenador do Núcleo de Estudos de Sexualidade (Nusex) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, o professor Paulo Rennes Marcal Ribeiro conta que ao longo das décadas, as relações afetivas e o sexo, e a maneira de serem analisados, passaram por várias transformações. “A partir da criação da pílula anticoncepcional (em 1960) iniciou-se uma revolução na reprodução feminina, o que gerou muitos debates sobre moralidade e sobre a própria relação de saúde”, diz.

O professor explica que a História desenha o perfil da sociedade e de como ela trata o assunto ao longo dos tempos. “Depois de anos na luta por liberdade, os jovens das décadas de 60 a 80 garantiram conquistas e tiveram espaço para viver essa liberdade. Por isso, nesses períodos tivemos alguns movimentos que contribuíram para a popularização da sexualidade. Dentre esses movimentos se destaca, por exemplo, o dos hippies, que além do cuidado com a natureza, pregava a prática de nudismo e a emancipação sexual”.

De acordo com o professor, apenas a descoberta do vírus HIV e a rotulação da aids como doença sexualmente transmissível que leva à morte brecaram o crescente apetite sexual da juventude rebelde. “Nos anos 90 tivemos uma exploração muito grande, até mesmo na mídia, com relação à aids. Isso fez com que se criasse um medo na sociedade e acabou freando a revolução sexual”, observa o professor.

As fortes investidas em campanhas e em novos artifícios para prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como os preservativos, fizeram com que a sociedade superasse o medo de contaminação e criasse consciência em relação ao “sexo seguro”.

“O que existe hoje é uma ambivalência dos fatos. Ao mesmo tempo em que há mais opções, também existe maior facilidade na busca por informações”, explica Ribeiro. A segurança e o conhecimento acabaram criando uma nova ordem de revolução: a busca por satisfação da libido com segurança. Mesmo assim, alguns tabus ainda não foram totalmente excluídos da vida social.

“Até hoje debatemos a questão homoafetiva e a cada dia surgem novas questões a serem debatidas. Por isso ainda afirmo que temos uma sociedade muito conservadora, principalmente nas regiões mais do Interior dos Estados ou do norte e nordeste do País. No sul e sudeste, onde há mais contato com o mundo globalizado, as coisas são mais liberais”.
(Fonte: JCnet)
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