No primeiro dia do julgamento dos golpistas de dezembro de 2022 e de 8 de janeiro de 2023, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tirou a máscara e pôs o boné da anistia para Bolsonaro, seu ex-colega de farda. Para quem já pôs o boné de Donald Trump quando ele se reelegeu, nada demais. Para quem diz não acreditar na Justiça por tudo o que tem visto, é natural.
Tarcísio entende que a pacificação do país só será possível se
Bolsonaro e os demais golpistas forem anistiados, e isso depende do Congresso
onde a direita detém a maioria dos votos. É o contrário do que pensa Alexandre
de Moraes, e com certeza 8 dos seus 11 pares. Os ministros Kassio Nunes Marques
e André Mendonça, nomeados por Bolsonaro, talvez pensem diferente.
“A
História nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções
para a pacificação. Pois o caminho aparentemente mais fácil que é o da
impunidade, que é o da omissão, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade”,
disse Moraes na abertura do julgamento. Paulo Gonet, Procurador-Geral da
República, foi direto ao ponto:
“Quando
o presidente da República e o ministro da Defesa se reúnem com comandantes
militares, sob sua direção política e hierárquica, para consultá-los sobre a
execução final do golpe, o golpe, ele mesmo, já está em curso de realização”.
Se não for pedir muito,
Tarcísio deveria debruçar-se sobre a trajetória de Bolsonaro para não a repetir
– seja por admiração irrefletida, engano ou ignorância.
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