Donald Trump nega que
deseje trocar a democracia americana por um regime autoritário. O governo de
Israel nega que palestinos passam fome na Faixa de Gaza e que mata pessoas
inocentes. Bolsonaro e os demais golpistas que estão sendo julgados pelo
Supremo Tribunal negam que haja provas dos seus crimes.
Era só que faltava: que
Trump, o governo de Israel e os acusados pelas tentativas de golpe de dezembro
de 2022 e janeiro de 2023 batessem no peito e dissessem ser culpados. Ninguém é
obrigado a produzir provas contra si mesmo. É legítimo mentir em sua própria
defesa. A lei assegura isso. Não há razão para espanto.
Caberá ao ministro
Alexandre de Moraes, relator do processo do golpe, marcar dia e hora para
apresentar suas alegações finais e dar seu voto. Votarão em seguida os outros
quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal: Cristiano Zanin, Flávio
Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. O placar será de 5 x 0 ou de 4 x 1.
O capital político do
ex-presidente é sólido e não se desmanchará tão facilmente no ar. Recente
pesquisa do Datafolha mostra que 39% dos brasileiros se declaram petistas, e
37% bolsonaristas. Não há “tarcisistas” nem “caiadistas” nem “ratinhos” nem
“zemistas” em número suficiente para sustentar outros candidatos.
A desaprovação de Lula
diminui e a aprovação aumenta desde que Trump atendeu ao pedido de Bolsonaro
para ajudá-lo. Em 2022, Lula escolheu Bolsonaro como seu melhor adversário. Em
2026, será Trump, o tarifaço e a intervenção dos Estados Unidos em assuntos
internos do Brasil. A soberania nacional é inegociável.
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