O atentado cometido na
noite de quarta-feira (13), nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF),
é um alerta contundente para o Brasil. Não se trata de um caso isolado, mas de
mais um capítulo em uma sequência de ataques à democracia que se iniciou há
anos, desde pelo menos o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, alimentado
pela máquina de desinformação e ódio estruturada contra as gestões petistas
desde 2003 e que resultou na desastrosa chegada de Jair Bolsonaro ao poder. O
ministro Alexandre de Moraes foi enfático ao associar o atentado ao contexto
político dos últimos anos, ainda que num recorte histórico mais restrito.
Segundo ele, ações como
essa têm raízes no chamado "gabinete do ódio", um núcleo operado por
assessores e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo objetivo era
disseminar ataques contra instituições democráticas e seus representantes.
"Isso foi se avolumando, agigantando, aumentando o descrédito nas
instituições, resultando no 8 de janeiro", declarou Moraes. O discurso de
ódio sistematicamente promovido contra o STF e outras instituições não apenas
minou a confiança pública, mas também incentivou ações extremistas que
culminaram em tragédias como a desta semana.
Ao mesmo tempo, a sociedade brasileira é confrontada com uma proposta absurda em tramitação no Congresso Nacional: conceder anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em que os alvos do vandalismo incluíam, como agora, as sedes do Judiciário e do Legislativo. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, classificou a ideia como um “equívoco” e questionou a legitimidade de perdoar crimes antes mesmo da condenação dos responsáveis. “A anistia antes mesmo da condenação parte do pressuposto de que não aconteceu nada grave nem relevante", afirmou Barroso, ecoando a indignação de milhões de brasileiros que enxergam na impunidade um convite à repetição de ataques.
O atentado de quarta-feira passada reforça a necessidade de uma posição firme contra a extrema-direita e seus agentes.
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