Portugal derrotou a
extrema-direita que em eleições recentes também foi derrotada na Espanha. O
Partido Trabalhista, na Inglaterra, impôs na semana passada uma derrota
humilhante ao Partido Conservador. A festa da extrema-direita de Marine Le Pen
só durou uma semana, período que separa o primeiro do segundo turno das
eleições gerais na França. Vive la démocratie!
A extrema-direita é incompatível com o Estado de Direito. Ela se
vale de um dos valores mais caros à democracia, a alternância no poder, para
chegar ao poder e destruir a democracia por dentro, instalando no seu lugar um
regime autoritário. Tem sido assim em várias partes do mundo. Poderá ser assim
nos Estados Unidos caso Donald Trump vença as eleições de novembro próximo.
Por
um sopro, não foi assim no Brasil. Esse era o plano de Bolsonaro quando se
elegeu presidente em 2018. Candidato à reeleição em 2022, pressentindo que
poderia ser derrotado, tramou um golpe que fracassou por falta de adesão dos
militares e da sociedade civil. Refugiou-se nos Estados Unidos para não
transferir a faixa presidencial a Lula. Seu destino é a prisão.
Aqui,
a direita, engolida pelo bolsonarismo em 2018, segue a reboque do falso messias
com o propósito de retornar ao poder em 2026. Reformula seu discurso para não
mais ser vista como um puxadinho da extrema-direita, mas puxadinho é o que ela
é sob novo disfarce. Exalta Bolsonaro, como o fez no Fórum de Curitiba,
enquanto procura um Bolsonaro de cara menos emporcalhada.
A lição francesa está aí
para quem quiser aprender com ela.
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