O "avião fantasma" usado na campanha dos presidenciáveis
do PSB, Eduardo Campos e Marina Silva, é agora vinculado a um conhecido nome da
Justiça: o doleiro Alberto Youssef. Preso na Operação Lava-Jato, ele é acusado
de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e suborno de servidores públicos
que pode ter movimentado R$ 10 bilhões nos últimos anos. A Polícia Federal
investiga se a aeronave foi comprada com recursos de caixa dois do PSB. O uso
do avião não constava na declaração de gastos do partido à Justiça
Eleitoral. Entre os 16 depósitos bancários recebidos pela AF Andrade, de
Ribeirão Preto (SP), na venda do Cessna, que caiu com a comitiva de Campos em
Santos, consta uma empresa que também fez negócios com uma consultoria de
Youssef, considerada de fachada pela PF. A reportagem de Adréia Sadi aponta que
a Câmara & Vasconcelos pagou R$ 159,9 mil à AF Andrade. O PSB afirma que
nem o partido nem Campos sabiam da relação de Youssef com uma das empresas que
depositou para a AF Andrade. Recentemente, o deputado socialista Júlio Delgado
(PSB-MG) pediu a cassação de André Vargas (sem partido-PR) alegando que ele
pegou carona num avião do doleiro. Como será encarado, agora, o caso em que os
dois presidenciáveis do PSB usaram um jato pago com recursos de Youssef? O PSB
tenta desvincular Marina Silva da polêmica. Trocou inclusive o CNPJ do comitê
financeiro da campanha para jogar a responsabilidade do caso para o falecido
Eduardo Campos. A mudança não é obrigatória por lei.
(brasil247)