03 janeiro 2024

Saúde pública: Opioides mata mais de 200 pessoas por dia nos EUA e pode chegar ao Brasil

Medicamentos como fentanil, codeína e oxicodona são analgésicos eficazes e seguros quando prescritos corretamente por um médico. Mas, sem orientação de especialista ou para uso recreativo, há um alto risco de o indivíduo desenvolver dependência. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a venda de opioides no Brasil cresceu 500% de 2009 a 2015, puxada pela codeína e pela oxicodona — saltou de 1.601.043 prescrições para 9.045.945 nesse período. “Definitivamente, houve um aumento no consumo de opioides no Brasil, mas não é possível dizer o que está impulsionando esse crescimento”, afirma ao g1 Noa Krawczyc, pesquisadora da Universidade de Nova York e membro do Centro de Epidemiologia e Política de Opioides dos Estados Unidos. “Não sabemos ainda se é algo ruim — se são pessoas que estavam realmente precisando receber os remédios ou se há um consumo inadequado deles.” Historicamente, o Brasil apresenta problemas no “manejo da dor”  por conservadorismo ou medo, especialistas deixavam de receitar opioides para quem realmente precisava. “Cerca de 80% dos pacientes com câncer vão apresentar dor no curso da doença ou do tratamento, mas é uma condição subtratada aqui no país”, afirma Christiane Pellegrino, uma das responsáveis pelo Núcleo de Dor Aguda do Hospital Sírio Libanês (SP). Essa elevação nas vendas pode estar relacionada a uma conscientização dos profissionais de saúde em diminuir o sofrimento de pacientes. É o que explica João Batista Garcia, diretor científico da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).


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