Metade ou pouco mais da
classe política assiste placidamente e sem manifestar-se à descoberta do
esquema gigante de espionagem que funcionou durante o governo do ex-presidente
Jair Bolsonaro, obcecado com ideia de manter-se no poder a qualquer preço. A
outra metade estrebucha na maca, destila ódio e promete reagir por todos os
meios com medo de que o aprofundamento das investigações bata à sua porta mais
cedo ou mais tarde. Seus alvos preferenciais são, pela ordem, a Justiça, a
Polícia Federal e o governo. Cada um sabe onde lhe apertam os calos. E os que
não tem calos a incomodá-los, silenciam porque padecem do mal do
corporativismo. Ou porque em ano de eleições não querem pôr em risco alianças
com seus pares. Ou porque não se dão conta do risco que também correram. A
espionagem promovida pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
concentrou-se nos adversários dos Bolsonaro e nas instituições que poderiam
contrariar os interesses deles de se perpetuar no poder. Afinal, o adversário
de amanhã poderia ser o falso amigo de hoje.
(Trechos extraídos de Ricardo Noblat)
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