10 novembro 2023

Mais delação do coronel Cid: Bolsonaro mandou avaliar valor do Rolex e deu aval para vender joias

O tenente-coronel Mauro Cid, principal ajudante de ordens de Jair Bolsonaro na Presidência, afirmou à Polícia Federal no seu acordo de delação premiada que recebeu “determinação” do então presidente para avaliar o valor de um relógio Rolex e autorização para vendê-lo junto com outros itens que compunham um kit de joias valiosas dado pela Arábia Saudita como presente oficial. O acordo de delação foi firmado pela PF e homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 9 de setembro. Cid aponta Bolsonaro como mandante dos supostos crimes investigados nessa frente de apuração — peculato (desvio de bens públicos) e lavagem de dinheiro. As declarações do militar confirmam as suspeitas anteriores da PF de que as joias foram vendidas a mando do ex-presidente, que teria recebido os valores em dinheiro vivo para não deixar rastros. Em agosto, antes de Cid assinar o acordo de delação, Bolsonaro disse em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” que seu ex-ajudante de ordens tinha “autonomia”. “Não vou mandar ninguém vender nada”, declarou na ocasião.

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