24 novembro 2023

Cotada para o STF: Baiana Lívia Sant'Anna Vaz defende diversidade nos espaços de poder

A promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia (MP-BA) comentou sobre sua possível indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Reconhecida como uma das 100 pessoas mais influentes de descendência africana do mundo, na edição Lei & Justiça, ela tem sido citada por um movimento de juristas pra ser indicada ao Supremo Tribunal Federal (STF), para ser a primeira mulher negra a compor a Corte. Ela comentou a força que essa nomeação teria, caso fosse a escolhida. "É importante, sim, que a gente tenha uma mulher negra no STF. Nesse momento, a primeira, porque são 132 anos sem nunca uma mulher negra ter ocupado uma cadeira naquele lugar. Foram 3 homens negros, todos do Sul-Sudeste do país e 3 mulheres brancas, mas nunca uma mulher negra", relembrou. "Quanto mais elevada a instância do tribunal, são mais homens brancos do eixo Sul-Sudeste e com nomes difíceis de se pronunciar [...] O que pode entender um homem sobre dores do pós-partos? Ou o que pode entender um homem branco sobre abordagem policial violenta? Não acontece com homens brancos. Ou sobre erro no reconhecimento de pessoas no processo penal? Eu nunca vi um caso desse com homem branco, não conheço", questiona, reforçando a necessidade da diversidade. Ela conta que, diferente de muitos jurístas, estar no Supremo não era um sonho. "O racismo pauta muito das nossas decisões, incluindo nossos sonhos. Eu jamais me imaginei nesse lugar, jamais foi um plano chegar a qualquer tribunal, muito menos o STF. E isso é doloroso de dizer, sobretudo no mês da consciência negra", lamenta.

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