09 junho 2023

Pastora trans acolhe LGBTs em igreja de SP: 'Encontrei um Deus inclusivo'

A única herança que Jacqueline ganhou dos pais foi a fé em Deus. Desde recém-nascida, era levada pela família aos cultos na sede da Igreja do Evangelho Quadrangular, em Belém (PA). O templo foi durante muitos anos a sua segunda casa. E não apenas pela presença frequente nas celebrações religiosas, mas também por ter vivido no quartinho dos fundos da igreja dos 13 aos 19 anos. Morou lá após ser abandonada pela própria mãe no local. A desculpa era que só a religião conseguiria "mudar o jeito afeminado" dela - como Jacque descreve o comportamento que tinha na infância antes da transição de gênero. A mãe a deixou no templo com uma única mala e o aviso de que o pastor, Rui Beckman, seria a partir daquele momento o responsável pela criação da garota. Só mudou de casa - e de Igreja - quando ele, a quem hoje se refere como "pai", foi morto a tiros por traficantes do bairro, em 1983. Do pastor, herdou o sobrenome que adotou no começou da transição de gênero, aos 23. Atendia, então, pelo nome de Vatusa Beckman. Agora, aos 59, chama-se Jacqueline Chanel. Jacque diz que após descobrir as igrejas inclusivas não parou de frequentá-las. Também passou a cobrar os líderes religiosos para que desenvolvessem algum tipo de ação para fiéis trans. Nove anos atrás recebeu como resposta da CCNE (Congregação Cristã Nova Esperança), em São Paulo, a autonomia para criar o Ministério Séforas, um grupo de louvor voltado para transexuais e travestis.

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