Um negócio fechado por Arthur Lira com
uma família do interior de Alagoas dá força às suspeitas da Polícia Federal que
envolvem pagamentos de despesas pessoais do presidente da Câmara por um
assessor dele investigado por desvio de dinheiro. Como mostraram no fim de
semana a revista Piauí e o jornal Folha de S.Paulo, papéis apreendidos durante
a Operação Hefesto, deflagrada no início do mês para apurar fraudes na compra
de kits de robótica com dinheiro do Ministério da Educação, indicam que o mesmo
assessor apontado como integrante do esquema administrava um caixa usado para
custear contas de Lira. O fundo federal de onde saíram as verbas usadas para a
aquisição dos kits de robótica era administrado, à época dos desvios, por gente
ligada ao Progressistas, antigo PP, partido do presidente da Câmara. A PF
suspeita que o esquema ia além — e incluía dinheiro desviado de outros órgãos administrados
pela legenda. Os documentos apreendidos na operação, incluindo uma espécie de
livro-caixa, estavam com Luciano Cavalcante, faz-tudo de Lira, e com o
motorista dele, Wanderson de Jesus. No papelório havia uma série de valores
relacionados ao nome “Arthur”. Várias das cifras indicam tratar-se, de fato, de
despesas do presidente da Câmara, como contas de um hotel em São Paulo onde
Lira costuma se hospedar, além de gastos com automóveis e até com sessões de
fisioterapia do pai do deputado. Mas uma delas, em especial, não deixa margem
para dúvidas e revela a rotina de pagamentos de contas particulares de Lira com
dinheiro em espécie: a compra, pelo presidente da Câmara, de um pedaço de terra
no interior de Alagoas.
(RodrigoRangel-Metropoles)
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