"Se vocês querem saber que eu sou. Eu sou a tal mineira.
Filha de Angola, de Ketu e Nagô. Não sou de brincadeira. Canto pelos sete
cantos, não temo quebrantos porque eu sou guerreira". Estes são os versos
iniciais da música Guerreira, que definem quem foi Clara Nunes. Uma mulher que
falou de liberdade e lutou contra o racismo religioso em uma época que o tema
quase não era comentado. Clara parecia estar à frente do seu tempo. Talvez por
este motivo, 40 anos depois da morte da cantora, suas músicas continuam atuais
e servem de inspiração para artistas que fazem releituras do seu trabalho. A
cantora Fabiana Cozza é uma delas. No disco Canto Sagrado, ela regravou músicas
de Clara em um trabalho que se transformou em homenagem. Clara Nunes nasceu no
interior de Minas Gerais. Ela teve uma infância humilde e começou a cantar no
coro da Igreja. Logo o talento da menina chamou a atenção e Clara ganhou seu
primeiro concurso de canto na cidade onde morava, a pequena Cedro, que hoje em
dia se chama Caetanópolis. O caminho para o sucesso se concretizou quando ela
se mudou para o Rio de Janeiro. Na cidade, olhou o mar pela primeira vez e
ficou encantada. Uma paixão que se transformou em inspiração para diversas
músicas ao longo da carreira. A mudança para o Rio também colocou Clara em
contato com o mundo do samba. Os ritmos africanos fascinaram a mineira, que
deixou o bolero de lado e passou a cantar samba.
(UOL)
0 comments:
Postar um comentário