09 dezembro 2022

Direitos humanos: O esquema que deixou 10 mil crianças indígenas sem remédios

Em sua página no Facebook, o empresário bolsonarista Roger Henrique Pimentel publica ininterruptamente uma série de posts moralistas, expondo políticos que “roubam milhões” e denunciando aqueles que tiram dinheiro “de quem está morrendo nos hospitais”. Recheadas de informações falsas e distorcidas, as publicações parecem não dar trégua à corrupção: anseiam por um país livre de “bandidos”, nem que seja por intervenção das Forças Armadas. O mesmo Roger Henrique Pimentel foi alvo na última quarta-feira (30/11) de operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) contra esquema de desvios de medicamentos destinados a indígenas Yanomamis, no âmbito de um contrato de R$ 3,483 milhões com o governo federal. Por conta do esquema, mais de 10,1 mil crianças indígenas Yanomamis ficaram sem remédios contra verminoses e malária. A situação resultou em uma epidemia de infecções, manifestações de forma graves de doenças e menores expelindo vermes pela boca. O desabastecimento fez com que um dos hospitais próximos à região recebesse cerca de 300 meninos e meninas da etnia, em menos de 15 meses, com destrunição e malária. As imagens são assustadoras. A associação criminosa investigada pela operação da PF, batizada de Yoasi, é formada por empresários e servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y). A ação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em Roraima. Pimentel é sócio-administrador da Balme Empreendimentos, antiga Quantum Empreendimentos em Saúde. Criada em 2016, a companhia já recebeu R$ 3,492 milhões do governo federal, segundo dados do Portal da Transparência. A empresa tem quatro contratos com o Dsei-Y, entre 2020 e 2022.


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