01 setembro 2022

Vamos que vamos: Daniela Mercury, Chico, Anitta, Caetano e a volta da música de protesto

"O samba não pode esperar", lançada por Daniela Mercury na semana passada, é um petardo de rebeldia e esperança, um grito de liberdade sem hesitações nem falsas simetrias. Presto atenção ao timbre, ao arranjo, ao batuque e me demoro na letra, saboreando cada verso. "O futuro não pode esperar", ela diz. “Porque o dia a dia do povo tem sido um calvário, um sufoco Você, como erva daninha, mata aos poucos, tira o ar Ameaça a democracia, sua tirania quer nos calar Mas as ruas são da liberdade, a expressão da vontade que nem pode esperar. Você é animal traiçoeiro que anda em matilha e ataca por trás. Faz piada e gargalha da morte como um bando de hienas sobre restos mortais. Quem apoia seu mal é cruel, desumano, fascista e sem coração. Quem não sente a dor do seu povo é uma gente egoísta que não vale um tostão”. "O samba não pode esperar" parece dialogar com outro single recente, lançado em junho por Chico Buarque. "Que tal um samba?" foi a primeira canção inédita lançada por ele em cinco anos. Chegou às plataformas para ser o carro-chefe da próxima turnê, também intitulada "Que tal um samba?", prevista para começar em janeiro. “Que tal um samba? Para espantar o tempo feio Para remediar o estrago Que tal um trago? (...) Juntar os cacos, ir à luta Manter o rumo e a cadência Desconjurar a ignorância, que tal?”


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