05 agosto 2022

"Desproteção estrutural": Consignado do Auxílio Brasil cobra 'juros de agiotagem' de famílias vulneráveis

O governo sancionou na última quarta-feira (3) uma lei que permite que beneficiários do Auxílio Brasil e de outros programas de transferência de renda façam empréstimos consignados, com desconto direto na fonte. Quem recebe o Auxílio Brasil poderá comprometer até 40% do valor mensal do benefício no empréstimo com juros de até 5 % ao mês – uma medida que, segundo a comentarista da GloboNews Flávia Oliveira, deve empurrar ainda mais famílias em situação de vulnerabilidade para o endividamento. "São quase juros de agiotagem a serem cobrados de famílias vulneráveis sem qualquer tipo de preparo em termos de educação financeira – e com um benefício que não é garantido que vai ser de R$ 600", aponta a comentarista. Para Flávia Oliveira, a intenção de liberar um empréstimo consignado para o Auxílio Brasil é a mesma do "pacote de bondades" do governo possibilitado pela PEC Kamikaze: criar um alívio econômico momentâneo para segurar a popularidade de Bolsonaro na corrida eleitoral às custas de uma "desproteção quase estrutural" das famílias contempladas. "No futuro, quem ganha? Os bancos ganham. O governo, eleitoralmente. Mas a população não [ganha] necessariamente. Famílias em situação de vulnerabilidade precisam de assistência social, e não de empréstimo bancário."


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