28 julho 2022

Pode isso, Arnaldo? Bolsonaro mantém encontros secretos com Lindôra, a quem prometeu PGR

O presidente Jair Bolsonaro mantém desde 2020 encontros secretos com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, a quem já prometeu o cargo de PGR, após a saída de Augusto Aras, em 2023, caso Bolsonaro seja reeleito. As duas primeiras reuniões entre os dois ocorreram por intermédio do ex-deputado federal Alberto Fraga, que levou Lindôra ao Palácio da Alvorada para apresentá-la ao presidente – à época, ela era coordenadora da Assessoria Jurídica Criminal da PGR. Na primeira ocasião, Fraga atendeu a uma solicitação de Bolsonaro, que pediu ao ex-deputado para conversar com a vice-PGR. O presidente sabia da boa relação dela com Aras, mas ainda não tivera a oportunidade de conversar a sós com a subprocuradora. Na época, Lindôra tinha a prerrogativa de atuar em processos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça. Conduzia, portanto, os inquéritos criminais de governadores de estado, tanto aliados quanto adversários de Bolsonaro. Diferentes interlocutores do presidente que trabalhavam para que ele indicasse Aras ao Supremo Tribunal Federal, em uma das duas vagas que abririam para o tribunal, com a aposentadoria de Celso de Mello, em 2020, e de Marco Aurélio Mello, em 2021, sugeriam que Lindôra fosse a escolhida para substituir o atual PGR. Nesta semana, Lindôra pediu ao STF o arquivamento de sete das 10 apurações preliminares que têm como alvo Bolsonaro, ministros, ex-ministros e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, por possíveis crimes cometidos durante a condução da pandemia de Covid-19. Os pedidos de investigação partem de conclusões da CPI da Pandemia. Segundo a matéria, procurada para comentar sobre sua relação com Bolsonaro, a vice-procuradora não respondeu até o fechamento da reportagem.

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