18 julho 2022

Em média: 2.609 brasileiros são resgatados de trabalho escravo por ano

Em 2003, Francisco Rodrigo dos Santos, 49, deixou a mulher e os dois filhos e viajou ao Pará para uma oportunidade de emprego. Analfabeto e carente, ele prometeu enviar dinheiro todos os meses para a família.Após chegar a uma fazenda em Redenção (PA), não demorou muito para perceber ter caído em uma cilada. Francisco, na verdade, seria mais uma vítima de trabalho análogo à escravidão. Brasil afora, empregadores se aproveitam da miséria e da vulnerabilidade das pessoas para submetê-las a trabalhos forçados, jornadas exaustivas, condições degradantes e violência. Em média, 2.609 brasileiros são encontrados e resgatados de trabalho escravo por ano. Nos últimos 20 anos, mais de 52 mil pessoas foram resgatadas desse tipo de situação. Os dados foram coletados pelo Metrópoles por meio do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil. Segundo o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas (MPT-OIT), do total de trabalhadores resgatados entre 2002 e 2022, 90% eram homens, 60% se autodeclararam pretos ou pardos, 57% nasceram no Nordeste e 93% não chegaram a concluir o ensino básico. Os casos acontecem, em sua maioria, na zona rural. O ranking é liderado pelo Pará, com quase 12 mil casos em duas décadas. Ele é seguido por Minas Gerais (5.696 resgates) e Mato Grosso (4.932 resgates).


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