22 junho 2022

Política de governo: Registro de arma de caça, como a que matou Bruno e Dom, triplica em 3 anos

Em apenas três anos, o número de novas armas de caça registradas por ano quase quadruplicou: passou de 7,6 mil em dezembro de 2018 para 29,5 mil no mesmo mês do ano passado. O período corresponde à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tomou posse em janeiro de 2019. Segundo investigação da PF (Polícia Federal), uma arma de caçador foi utilizada para matar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, em uma emboscada no rio Itaquaí, nas proximidades de Atalaia do Norte, no Amazonas. Os números levantados pela coluna levam em conta a expedição de CRAFs (certificados de registro de arma de fogo) do Exército, que controla as atividades do grupo chamado CACs —que inclui caçadores, atiradores e colecionadores. No governo Bolsonaro, entre 2019 e 2021, foram registradas 51.117 armas de caçadores — 44,8% a mais que a soma de todos os registros feitos (35.308) nos 16 anos anteriores, que incluem governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). No Brasil, existem duas categorias distintas de registro de armas de fogo para civis. A primeira é de posse e porte para autodefesa, controlada pela PF (Polícia Federal), que gerencia o Sinarm (Sistema Nacional de Armas). A outra é uma categoria para atividades com arma controlada pelo Exército, que administra o Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas). Neste segundo grupo, estão os CACs.


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