20 maio 2022

Eleições 2022: Derrapagem da 3ª via reforça a polarização entre Lula e Bolsonaro

Selado o isolamento do ex-governador paulista João Doria pela cúpula do PSDB — que não pretende dar sustentação ao pré-candidato do partido na corrida presidencial — e com apoio explícito dos dirigentes da sigla e de emedebistas à senadora Simone Tebet (MDB-MS), a terceira via tenta não misturar a briga no ninho tucano com as articulações em torno do nome que representará o autodenominado centro democrático. Nos bastidores da tríplice aliança (que inclui o Cidadania, federado ao PSDB), Doria é considerado um problema interno da legenda tucana e que deve ser resolvido entre eles. Os presidentes dos partidos divulgaram, ontem, a posição oficial do consórcio. Por meio de nota, lembraram que MDB, PSDB e Cidadania têm histórico de unidade no trato de questões importantes da vida nacional, tanto no Legislativo quanto nos processos eleitorais. E que a união para a disputa ao Planalto está sendo discutida desde o fim do ano passado, com o aval, inclusive, de Tebet e de Doria — o União Brasil, de Luciano Bivar, deixou o grupo para se lançar em candidatura solo. No fim, a nota reafirma que "o Brasil terá uma nova candidatura, competitiva, para vencer, que será oficializada em breve". A difícil montagem de uma chapa unificada que reúna o centro do espectro político é acompanhada a distância por observadores ligados aos dois candidatos que lideram a corrida ao Planalto. Poucos acreditam que a terceira via seja capaz de alterar o quadro bipolar entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas, por precaução, a torcida é para que essa aliança não prospere.


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