19 abril 2022

Mais general: Santos Cruz critica tortura e diz que Bolsonaro usa discussão para desviar foco de problemas atuais

Primeiro ministro da Secretaria de Governo, hoje rompido com o bolsonarismo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz não briga com os fatos revelados pelos áudios do Superior Tribunal Militar que revelam o reconhecimento dos ministros daquela Corte sobre torturas praticadas em dependências militares durante a ditadura. “É claro que a tortura de um preso custodiado em mãos do Estado está errada. Havia agentes do Estado mal preparados. Os fatos devem ser conhecidos para que não sejam repetidos. Não há como brigar com os fatos.” Santos Cruz, que está filiado ao Podemos, e, com a saída de Sergio Moro do partido, pode vir a ser lançado à Presidência da República (“estou à disposição do partido”), tinha 12 anos no golpe militar de 1964. Compartilha da percepção corrente nos meios militares de que o embate teve violência de ambas as partes, recusa-se a hierarquizar a gravidade daquela praticada pelo Estado e a contextualiza no ambiente da guerra fria. O ex-ministro não acredita que o presidente Jair Bolsonaro tenha êxito em suscitar temor de revanchismo nas Forças Armadas. Seu medo é de que a discussão seja usada para fomentar a indústria das notícias falsas e para encobrir os problemas que o Brasil, de fato, precisa discutir: “Estamos na seara da desinformação, que não teve tortura e que a urna eletrônica não presta. A população tem que ser protegida dessa guerra da desinformação para não reproduzir no Brasil fatos como a invasão do Capitólio.”


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