A
síntese do 5º Relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em
inglês), divulgado hoje (2), em Copenhague, na Dinamarca, mostra que se não
houver ação imediata das nações para frear o aquecimento global, em pouco
tempo, não haverá muito o que fazer. “Se as taxas de emissão de gases de efeito
estufa continuarem aumentando, os meios de adaptação não serão suficientes”,
aponta o documento. “Temos uma janela de oportunidade, mas ela é muito curta. O
relatório mostra isso. As mudanças climáticas não deixarão nenhuma parte do
globo intacta”, enfatizou o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, durante a
apresentação da síntese. Ele ressaltou que ainda há meios para frear as
mudanças climáticas e construir um futuro mais próspero e sustentável, mas que
a comunidade internacional precisa levar a questão a sério. O relatório,
elaborado com a participação de mais de 800 cientistas de 80 países, mostra que
a emissão de gases de efeito estufa, responsável pelo aquecimento global,
tem aumentado desde a era pré-industrial, como consequência do crescimento
econômico e da população. De 2000 a 2010, indica o documento, as emissões foram
as mais altas da história. “A acumulação de dióxido de carbono, metano e óxido
nitroso na atmosfera alcançaram níveis sem precedentes nos últimos 800 anos”. Entre
2000 e 2010, a produção de energia por meio da queima de combustíveis fósseis
foi responsável por 47% da emissão globais de gases de efeito estufa. A
indústria respondeu por 30%, o transporte por 11% e as construções por 3%. Pachauri
enfatizou, ao longo da apresentação, que emissões continuadas tem
levado a um aquecimento global contínuo, ao derretimento das
geleiras e ao consequente aumento do nível do mar. Nas últimas três
décadas foram registrados sucessivos aquecimentos na superfície da Terra, sem
precedentes desde 1850. O período entre 1983 e 2012 foi o mais quente dos
últimos 800 anos no Hemisfério Norte, de acordo com a síntese. O
aquecimento médio global combinado da Terra e dos oceanos no período de 1880 a
2012 foi 0,85 grau Celsius (°C).
(JBonine)