02 abril 2022

Convite ao golpe? Bolsonaro diz haver decisões que fogem do político e vão para o militar

A uma plateia de comandantes e generais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (1º) que há decisões que fogem do político e vão para o militar. "Nós todos aqui, sem exceção, somos privilegiados. Vivemos um momento onde há decisões e em última análise fogem em campo político e vem pro campo militar", afirmou. A declaração foi feita em discurso de posse do novo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e do novo comandante, Marco Antônio Freire Gomes. Filiado ao PL, o general Walter Braga Netto deixou a pasta para concorrer como vice de Bolsonaro. Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, aliados do presidente viram na escolha de nomes uma tentativa de ele tentar ampliar sua influência no Comando do Exército em ano eleitoral. A cerimônia de posse desta sexta foi fechada para a imprensa, ocorreu no ministério e contou com a presença de ministros e militares de altas patentes. Horas depois, contudo, o Pingo dos Is, programa da TV Jovem Pan simpático a Bolsonaro, veiculou trechos do discurso do chefe do Executivo. "Jamais podemos nós ousar imaginar dois, três anos a frente, voltar seus olhos para o passado e se perguntar: o que eu não fiz para que chegássemos a esse ponto? Certas coisas não se conquistam para sempre", afirmou, sem detalhar do que tratava. Bolsonaro disse ainda que "os fatos dos últimos anos bem demonstram a todos que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo no Brasil". O presidente costuma recorrer à ameaça do socialismo e comunismo, que utiliza como sinônimos, para se referir ao PT. O Golpe Militar de 1964 fez 58 anos nesta quarta-feira (28), e o presidente defendeu, mais uma vez, a ditadura e mandou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) calarem a boca.


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