O Dia
de Finados, como é conhecido, foi instituído inicialmente no
século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], como chamado entre os católicos). Odilo de
Cluny sugeriu, no dia 02
de novembro de 998, aos membros de sua abadia que, todo ano, naquele
dia, dedicariam suas orações à alma daqueles que já se foram. A ação de Odilo
resgatava um dos elementos principais da cosmovisão católica: a perspectiva de
que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório, passando por um processo de purificação para que possam
ascender ao Paraíso.
No
estado de purgação, as almas necessitam, segundo a doutrina católica, de
orações dos vivos, que podem pedir para elas a misericórdia divina e a
intercessão dos santos, da Virgem Maria e
do principal mediador, o Deus Filho, Jesus Cristo.
Nos séculos da Baixa Idade Média (X ao XV), a prática de orações pelas almas
dos mortos tornou-se bastante popular na Europa, ficando conhecida pela alcunha
de “Dia
de todas as Almas”. Essa prática remonta ao período do cristianismo primitivo,
dos séculos II e III, quando os cristãos perseguidos pelo Império Romano enterravam
e rezavam por seus mortos nas catacumbas subterrâneas da cidade de Roma.
Com
a descoberta da América e o processo de colonização, o dia escolhido por Odilo
de Cluny tornou-se ainda mais popular. Nos dias atuais, apesar do grande
processo de secularização que a civilização ocidental sofreu ao longo da
modernidade, o Dia de Finados continua a ser uma data especial, na qual a
memória dos entes queridos que já se foram nos vem à mente e na qual, também,
milhões de pessoas vão aos cemitérios levar suas flores, velas, sentimentos e
orações.
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