19 setembro 2021

Críticas: Alta do IOF não resolve Bolsa Família, dizem economistas

Anunciada na quinta-feira pelo governo, a elevação temporária do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi criticada por economistas, que consideraram a medida ineficaz para garantir a ampliação do Bolsa Família. Também há o receio de impacto na retomada da economia - à medida que o aumento do imposto encareça os empréstimos feitos por empresas e pessoas físicas - e que a política econômica fique a reboque do objetivo do presidente Jair Bolsonaro de disputar a reeleição em 2022. "Isso está sendo contabilizado com outras medidas que o governo tem feito, que têm o objetivo único de aumentar o Bolsa Família em um ano eleitoral, como a PEC dos precatórios e a reforma do Imposto de Renda", diz o diretor da ASA Investments e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall. Para ele, a alta do IOF é um indicativo de que, se a reforma do IR não for aprovada, inviabilizando a intenção atual de servir de fonte de financiamento para a versão turbinada do Bolsa Família em 2022, o governo lançará mão de qualquer mecanismo para colocar o aumento do benefício de pé. "Vai fazer de tudo que for preciso para colocar o interesse eleitoral na frente." O diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, explica que o aumento do imposto, com a injeção de mais de R$ 2 bilhões na arrecadação até dezembro, ajuda no financiamento do programa neste final de ano, mas não resolve a questão sobre qual será a fonte em 2022. 


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