17 janeiro 2021

Manaus: Retroescavadeiras viram coveiros e famílias têm 5 minutos para enterrar parentes

Quatro minutos e 58 segundos. Esse foi o tempo exato – da autorização do coveiro à colocação da coroa de flores na sepultura – que Alexandre Pereira, de 32 anos, teve para se despedir da mãe, vítima da Covid-19, na tarde desse sábado (15/1), no cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus (AM). Durante esse tempo, Alexandre assistiu de perto a um pequeno grupo de sete funcionários do cemitério levar o caixão para uma das covas, da nova ala para vítimas da Covid-19, que fora aberta minutos antes por uma retroescavadeira. O caixote é posto no buraco, e logo a máquina é acionada novamente para encobrir a vala com terra. Antes, no entanto, o filho, que segurava a coroa com flores amarelas e rosas em uma das mãos, se agachou, pegou um pouco da terra molhada (chovera por alguns minutos no início dessa tarde em Manaus) na mão, e jogou sobre o caixão. Em seguida, foram necessárias apenas nove dentadas da retroescavadeira, feitas em um período de três minutos e 15 segundos, para encobrir a vala recém-aberta. Foi o tempo necessário para Alexandre trocar uma das flores rosas de lugar, em um último detalhe, e deitar a coroa sobre o monte de terra.


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