12 agosto 2020

CONDUTA: Uso de dossiê antifascista chega à ONU, e Brasil pode ir para "lista suja"


Relatores da ONU (Organização das Nações Unidas) foram informados e se debruçam sobre a conduta do Ministério da Justiça brasileiro ao montar um dossiê para monitorar quase 600 servidores públicos e professores por seu envolvimento em atos antifascismo. Uma das possibilidades é o Brasil ser colocado em uma espécie de "lista suja" de governos que promovem "intimidações". Procurado, o Itamaraty até o momento não comentou o fato de o gesto do governo ter entrado no radar dos relatores. As informações chegaram de maneira discreta à ONU --as pessoas que levaram a informação temem represálias do governo brasileiro. A ação sigilosa do Ministério da Justiça do governo Bolsonaro foi revelada com exclusividade pelo UOL há duas semanas. Um grupo de 579 servidores federais e estaduais de segurança foi identificado como integrante do "movimento antifascismo", além de três professores universitários. Em Genebra, fontes do alto escalão da ONU revelaram que pelo menos dois relatores especiais de direitos humanos estão cientes da situação e do comportamento do governo, além da cúpula da organização mundial. As informações chegaram às instâncias internacionais por fontes que, por temer represálias, preferem se manter no anonimato. Uma das relatoras que foi informada é Agnes Callamard, encarregada de investigar a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi. No início do ano, ela já havia tecido duros comentários contra o governo de Jair Bolsonaro. "No Brasil, as autoridades políticas parecem estar virando as costas para alguns princípios chave, relacionados com a proteção dos direitos humanos", disse em entrevista.

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