22 junho 2020

COSTURA POLÍTICA: Bolsonaro quer turbinar relação com centrão para se blindar no caso Queiroz


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende intensificar a costura da rede de proteção que vem articulando no Legislativo para se blindar de um eventual processo de impeachment caso os desdobramentos da prisão do policial militar aposentado Fabrício Queiroz agravem a atual crise política. Na quinta (18), mesmo dia em que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi detido, o presidente promoveu um almoço com deputados e disse que pretende fazer reuniões frequentes com parlamentares. Em outra frente, auxiliares palacianos dizem que o presidente sinalizou que novos indicados do centrão devem ser nomeados para cargos de segundo e terceiro escalões nos próximos dias, na tentativa de assegurar o apoio das siglas que compõem o grupo em um momento de fragilidade do governo. Por ora, líderes do centrão buscam minimizar a prisão do ex-assessor de Flávio, mas sabem que a situação política pode se agravar diante de novos desdobramentos do caso. Queiroz foi preso em um imóvel em Atibaia (SP) pertencente ao advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e de Bolsonaro. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio. Segundo pessoas próximas à família do presidente, há um temor de que Queiroz seja pressionado a ponto de aceitar uma delação premiada. Além de o policial reformado ter sido preso preventivamente, há mandado de prisão contra a mulher dele, Márcia Aguiar, que foi assessora de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Integrantes do núcleo jurídico estão especialmente preocupados com a possibilidade de Márcia e a filha do casal Nathália Queiroz também serem pressionadas a delatar.
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