12 maio 2020

DEPOIMENTO: Delegado da PF diz que foi retirado do Rio sem ‘eventuais razões’


Em depoimento à Polícia Federal, o delegado Ricardo Saadi afirmou nesta segunda-feira (11) que a sua saída da Superintendência do Rio de Janeiro, em agosto 2019, não foi justificada à época pelo então diretor-geral, Maurício Valeixo. Saadi disse à PF, segundo depoimento obtido pela reportagem, que Valeixo, exonerado em 24 de abril por Jair Bolsonaro, telefonou para ele, em 15 de agosto do ano passado, dizendo que iria adiantar os “planos de troca” no comando da PF no Rio, “não revelando eventuais razões para tanto”. No mesmo dia, o presidente da República havia declarado, em Brasília, que trocaria a direção da corporação no estado. A oitiva de Saadi faz parte de inquérito que apura se o presidente da República tentou interferir indevidamente na corporação, conforme acusação do ex-ministro Sergio Moro. A Superintendência do Rio foi apontada por Moro como um dos principais movimentos de tentativa de ingerência de Bolsonaro na PF. O ex-juiz deixou o comando da pasta da Justiça no dia 24 de abril. Questionado se acredita que sua saída tinha fundo político, Saadi afirmou que os motivos não lhe foram apresentados. Ele foi exonerado em 30 de agosto, dias após Bolsonaro ter afirmado publicamente que iria substituí-lo por um delegado de Manaus, por problemas de “gestão e produtividade”.
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