19 abril 2020

COVID-19: Bolsonaro torce para que país nunca saiba número exato de mortos


Não sabemos a quantidade de mortos produzida pelo coronavírus em território nacional e talvez nem venhamos a saber, para alívio do presidente da República. Os 2.347 óbitos registrados até este sábado (18) são apenas um retrato atrasado e parcial da situação em que estamos. Se há uma fila de vítimas fatais cujas amostras esperam para serem analisadas, outras tantas nunca vão ostentar em seus atestados de óbito a causa real de suas mortes porque não houve coleta pela escassez de testes. Pesquisadores do Observatório Covid-19 apontaram ao UOL que, na última quarta (15), quando o país registrava oficialmente 1.736 mortes, o número real estaria entre 3.800 (em uma projeção conservadora) e 15.600 (em uma mais pessimista). E o governo de Pernambuco, por exemplo, montou uma força-tarefa para coletar sangue das pessoas mortas por problemas respiratórios, o que fez com que a letalidade desse um salto. A situação, que traz angústia para famílias (que nunca saberão o motivo do falecimento) e desespero a gestores públicos e profissionais de saúde (que estão trabalhando às escuras para tratar pacientes e planejar o enfrentamento da crise), é um alento para Jair Bolsonaro. Pois a narrativa que tenta vender é que o grande inimigo do país não é uma pandemia assassina transmitida por contato social, mas as ações de governadores e prefeitos para reduzir a velocidade de contágio e, portanto, evitar o colapso do sistema de saúde.
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