06 março 2020

MERCADO: Instabilidade chega ao risco-país após afetar Bolsa e dólar


Desde o fim do Carnaval, a instabilidade nos mercados de câmbio e juros e na Bolsa brasileira era atribuída aos efeitos do coronavírus sobre à atividade econômica no mundo. Os indicadores financeiros sinalizaram com mais clareza nesta quinta-feira (5) que há também uma perda da confiança dos investidores em relação à economia brasileira. Nesse caso, os economistas olham não apenas câmbio e Bolsas. Houve também forte alta no risco-país do Brasil medido pelo CDS (Credit Default Swap), um tipo de contrato que funciona como termômetro da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente às emergentes. O CDS de cinco anos do Brasil subiu 14,4%, para 129 pontos. Foi a maior alta percentual diária desde o chamado Joesley Day, em 18 de maio de 2017, dia em que veio a público a informação de que Joesley Batista gravara conversa com o então presidente Michel Temer (MDB). Na ocasião, o risco-país teve alta de 29%, para 265 pontos. Se o CDS sobe, é um sinal de que os investidores temem o futuro financeiro do país; se ele cai, o recado é o inverso: sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade de o país saldar suas dívidas. "Durmo tranquilo? Não durmo. Estou muito preocupado porque a gente está em um país com crescimento muito baixo. Não é normal um país em desenvolvimento como o Brasil crescendo 1% ao ano. Isso é normal? Isso não é normal", afirmou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida.
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